ALFABETIZAÇÃO E LINGUAGEM :
ORGANIZAÇÃO E USO DA BIBLIOTECA ESCOLAR,
DAS SALAS DE LEITURA E O USO DO DICIONÁRIO NA SALA DE AULA
"Organização e uso da biblioteca escolar e das salas de leitura", foi tema do nosso seminário, avaliação da terceira unidade da disciplina RTM do Ensino da Língua Portuguesa. utilizamos o fascículo 4 do Livro Pró-Letramento: Programa de formação continuada de professores dos anos séries iniciais do Ensino Fundamental. O quarto fascículo é distribuído em três unidades, onde a primeira fala sobre a biblioteca escolar, a segunda fala das atividades de leitura e a última unidade fala do uso do dicionário.
Vivemos em uma sociedade imersa em letras e imagens. A pessoa que
ainda lê com dificuldade e não consegue estabelecer relações entre os sentidos
do texto e o mundo à sua volta encontra sérios impedimentos para tomar parte
dos eventos sociais que envolvem o letramento e para usufruir dos bens
culturais, por direito de todos.
Verifica-se a necessidade de
formarmos alunos leitores e produtores de textos, motivo pelo qual a leitura
precisa ocupar o lugar central no currículo escolar das séries iniciais.
Como formar pessoas leitoras,
criativas, envolvidas se não houver um ambiente adequadamente organizado
para este fim? Daí surge a necessidade de se pensar na organização e no uso
da biblioteca escolar, das salas de leitura.
Devemos refletir sobre a importância
da biblioteca escolar e da sala de leitura, apontando elementos relacionados à
sua organização e possibilidades de uso. Analisar também diferentes modalidades de leitura e a
fundamental mediação do professor ao longo desse processo, como também
verificar a relevância do dicionário
como aliado no dia-a-dia da sala de aula.
Biblioteca
escolar. Para quê? Como Utilizá-la?
A biblioteca escolar deve ter em vista a
complementação de todo o processo
educacional. Deve servir de suporte para
todas as disciplinas, atender o corpo docente e discente como fonte de consulta
e incentivar o hábito de leitura. Sua organização deve ter integração com a
sala de aula e com o desenvolvimento do currículo escolar.
A biblioteca deve também ser como uma extensão
da sala de aula, por permitir acesso a vários suportes de informação e propiciar
experiências criativas de uso da informação, isso, através de iniciativas
como: hora do conto; contação de
histórias; representação teatral; jornadas pedagógicas; concursos literários,
recitais poéticos, dentre outras atividades.
A biblioteca é o lugar de acesso a
livros, coleções, periódicos, jornais, gibis. Enfim, aos mais variados tipos e
alternativas de material impresso. Além disso, espaço com lápis e papel, para
que um leitor inspirado tenha a chance de fazer os seus registros, copiar um
poema que o fascinou, um título de romance para recomendar a um colega ou
simplesmente para escrever algo de seu interesse.
Na organização de uma biblioteca e das salas
de leitura, deve-se considerar o livre acesso aos livros de todas as formas,
tamanhos e cores. O lugar de acesso a diferentes
gêneros e suportes de texto. É um espaço de cultura, não é um mero depósito de livros. A biblioteca
pode ser ambiente acolhedor, onde todos queiram estar, com opções de leitura
para todos os gostos e idades. A biblioteca pode ser ainda, um lugar em que
possa respirar cultura e também produzi-la.
Nas salas de leitura de uma
biblioteca, as mesas e cadeiras devem ser do tamanho adequado ao leitor, com
papel e lápis para anotações. Um canto iluminado, com almofadas, onde os
pequenos, especialmente, e aqueles que assim o desejarem possam se acomodar
para lerem e ouvirem histórias. Um espaço diferenciado para organizar revistas,
gibis e jornais, como cestos de vime, caixas de papelão forradas ou outro
material. Organização de um fichário para catalogação das obras que compõem o
acervo e registro do movimento de empréstimo. É importante criar uma forma de
organizar o acervo que seja compreendido por você e pelos usuários.
Muitas crianças chegam à escola sem
ter tido a oportunidade de conviver e se familiarizar intensa e amplamente com
os meios sociais de circulação da escrita. Especialmente para estas crianças, a
escola é o lugar de aprender a usar os objetos de escrita, dentre eles o livro
(p. 11).
Livros grossos ou finos? Com figuras ou sem figuras?
“[...] talvez fosse bastante
prudente perguntar à própria criança o que ela acha do assunto. Provavelmente
iríamos nos surpreender ao vê-la atraída por livros grossos ou finos, com ou
sem figuras”. A criança é um ser de cultura, que ao se relacionar com o mundo,
aprende nos intercâmbios com seus pares e é capaz de modificá-lo [...]” ”(p.
12)
E as escolas que não possuem biblioteca?
- Os professores de comum acordo com a direção da escola devem encontrar um
meio de formar um acervo e guardá-lo em um armário na sala de aula; Procurar livros em bibliotecas públicas; Formar
um acervo da classe por meio de doações da comunidade; Usar outros suportes de
textos como: jornais, revistas, gibis, etc.; Livros e demais materiais podem
ser guardados em caixas de papelão;
Atividade de Leitura - Leitura: uma
prática social na escola. A leitura como uma prática social dos alunos deve
tornar-se uma prática relacionada a esta dimensão também na escola. Escola é como
uma grande biblioteca para os alunos. A leitura deve fazer parte do projeto
pedagógico da escola, envolver toda a comunidade escolar, e ser a sua
prioridade número 1.
E na sala de aula, como ficam a
leitura e a escrita? - Leitura e escrita precisam ser planejadas, como atividades
cotidianas, não só
entre os alunos, mas também entre professores e professoras. É
importante que, na sala de aula, a leitura e a escrita não sejam atividades
secundárias, que não ocupem apenas o tempo que sobrou no finalzinho da aula. Compartilhar com
outros professores as estratégias de leitura para troca de experiências. Estimular
o envolvimento do leitor com o livro lido,
por meio de atividades de leitura (em voz alta, ou em silêncio, individual, ou
coletiva, na sala ou na biblioteca), que sejam planejadas, que permitam
opiniões dos leitores e estimulem o aluno a fazer do livro uma parte do seu
dia-a-dia. Garantir o acesso aos livros e
outros materiais de leitura.
O acesso ao acervo - Oferecer aos alunos opções
variadas de leitura, convívio permanente com os livros e com a biblioteca. Biblioteca
como um Centro Cultural. Transformar
a imagem e a rotina da biblioteca ou da sala de leitura na escola, para que se
torne um lugar atraente e significativo para as crianças. A organização do
acervo adequada ao desejo dos leitores e ao trabalho dos professores e
professoras.
O papel do(a) professor(a) - Mediação entre livros e leitores: o
professor(a) como leitor ou leitora pode ler com e para seus alunos. Pode
contar histórias, usar as histórias lidas e ouvidas como estímulo para a
escrita dos alunos;desenvolver
o gosto pela leitura a partir de uma aproximação significativa com os livros; planejar
com antecedência os espaços e horários para usar a biblioteca ou a sala de
leitura; Uso de diversos recursos;
Promover e orientar a leitura, vivenciar práticas de leitura e dar depoimentos;
Memória de leitura.
Situações de Leitura - Trabalhar com a
variedade de textos que circulam na sociedade, com materiais de qualidade,
estabelecendo uma diversidade de objetivos e modalidades de leitura. Promover a
interação dos alunos com diferentes textos escritos e múltiplas situações de
leitura. Prática de leitura frequente. Escolha e organização do momento da
leitura. Atenção às práticas de leitura da comunidade. Atividades de leitura
como: Apresentação oral de um texto lido. Leitura colaborativa. Leitura
silenciosa, individual; “hora do conto”; “contador(a) de histórias e encenação de histórias.
Como
transformar a imagem e a rotina da biblioteca ou da sala de leitura em sua
escola? Por onde começar? Começar com relato de sua memória de leitura,
ou melhor, um memorial de leitura: procure se lembrar e escrever sobre a sua história de leitura; Quais
espaços e objetos foram importantes na sua história de leitura? Quem foram os
mediadores importantes na sua história de leitura? Por que eles foram
importantes? Havia uma biblioteca na sua
escola ou na sua cidade? Você costumava frequentá-la? Você se lembra de alguma
experiência de leitura na biblioteca?
Paulo Freire e Cecília Meireles - no campo da Pedagogia e da Literatura:
Paulo Freire, em uma de suas
palestras, além de discutir a importância do ato de ler refere-se também ao
valor e ao sentido da biblioteca popular. Para Freire, trata-se de um
verdadeiro Centro Cultural, onde a memória viva das comunidades deveria ficar
registrada.
Cecília Meireles, além dos belos
poemas que nos legou, teve grande interesse pela infância e sua educação. Na década
de 1930 inaugurou a primeira biblioteca infantil no Brasil, no bairro de
Botafogo, no Rio de Janeiro. Havia seções de livros, enciclopédias, miniaturas,
folclore infantil. Tudo que possa interessar aos pequenos leitores.
A formação do leitor depende muito da
relação que o professor estabelece com os livros, de um trabalho integrado com
toda a equipe escolar, com objetivos claros. Reuniões pedagógicas e outros
momentos oportunos que aproximam, com muita sensibilidade e intimidade dos
livros, fazem os livros saírem das estantes, caixas e armários para as mãos dos
leitores.
Atividades precisam ser muito bem
planejadas e variadas para que a biblioteca se torne um lugar atraente e significativo
para as crianças. O uso de diferentes recursos possibilita diferentes
experiências e visões de mundo.
É preciso ter clareza de que ouvir e ler
uma história, por exemplo, é diferente de assistir a uma história em vídeo,
ainda que seja sobre o mesmo assunto. Cada recurso desenvolve habilidades diferentes
no processo do letramento e, portanto, um não pode substituir o outro.
O primeiro contato com o livro é
fundamental para a formação do futuro leitor. É importante dispor os livros de
maneira que o leitor das séries iniciais possa escolhê-los pelas capas e
títulos. Use e abuse dos diversos recursos: varal de poemas, mural com a
reprodução de capas de livros, fantoches, cestos com diversos trajes e objetos
para dramatizações, tapetes, almofadas, gravadores, etc. É bom que as bibliotecas
estejam sempre de portas abertas, prontas para acolher os leitores.
Na sala de aula a “hora do conto”,
pode ser feito um momento da aula, para ler com a classe, um conto, uma
crônica, um poema, um livro inteiro com pouco texto e muitas ilustrações. É interessante
exercitar com os alunos a leitura de obras extensas. Escolha de trechos
interessantes para ler para os alunos, despertando seu interesse para conhecer
o resto da história. Ou ainda, ler a cada dia um pedaço da história, fazendo
suspense para o capítulo do dia seguinte. A escolha do momento da leitura é um
detalhe importante: é bom que a turma esteja “em forma” e não cansada ou com
fome. Pode, por exemplo, pedir aos alunos (crianças) que se sentem no chão, à
vontade, depois começar a contar a história.
Situações
de Aprendizagem: Leitura e Escrita - Sugestões para se trabalhar com vários textos:
adivinhas, cantigas de roda, parlendas, quadrinhas e trava-línguas. É
necessário que, ao trabalhar cada um deles, você construa uma sequência de
atividades que considere pertinentes para ensinar os seus alunos.
1. Leitura
feita pelo professor - É importante que o professor faça a leitura de
vários textos do mesmo gênero, de modo que os alunos possam se apropriar de um
amplo repertório do texto em questão. Essa atividade pode ser diária (na hora
da chegada, na volta do recreio) ou semanal.
2. Leitura
compartilhada (professor e alunos) de textos desconhecidos - Em alguns
momentos da rotina da sala de aula, o professor pode ler junto com os alunos
alguns textos (adivinhas, cantigas de roda, parlendas, quadrinhas e
trava-línguas) que os alunos conheçam bastante para que possam interferir e
antecipar significados durante a leitura. Os textos que serão lidos podem estar
afixados na sala de aula, em forma de cartaz, escritos na lousa ou impressos no
livro do aluno.
3. Leitura
coletiva - Ler, cantar, recitar e brincar com textos conhecidos - É
fundamental que os alunos possam vivenciar na escola situações em que a leitura
esteja vinculada diretamente à descontração e ao prazer.
4. Leitura
dirigida - propor atividade de leitura em que os alunos tenham de
localizar palavras em um texto conhecido. Por exemplo, o professor lê o texto
inteiro e depois pede aos alunos que localizem uma determinada palavra (ex: “piano”,
na parlenda: “Lá em cima do piano...”). A intenção é que possam utilizar seus conhecimentos sobre a
escrita para localizar e ler as palavras selecionadas.
5. Leitura
individual - Quando os alunos conhecem bastante os textos, já podem
lê-los sozinho, individualmente. É importante que tenham objetivos com a leitura.
Por exemplo: ler para escolher a parte que mais gostou, ler para depois recitar
em vos alta para todos.
6. Pesquisa
de outros textos - Os alunos podem pesquisar outros textos do mesmo gênero,
na família e na comunidade. Por exemplo, entrevistar família e amigos a
respeito de adivinhas, cantigas de roda, parlendas, quadrinhas e trava-línguas
que conhecem; ou procurar em livros didáticos.
7. Roda
de conversa ou de leitura - A roda de conversa permite identificar o
repertório dos alunos a respeito do texto que está sendo trabalhado e também
suas preferências. A roda de leitura permite compartilhar momentos de prazer e
diversão com a leitura. No caso dos trava-línguas é interessante propor um
concurso para quem falar sem tropeçar nas palavras.
8. Escrita
individual - É importante criar
momentos de rotina na sala de aula em que os alunos possam escrever sozinhos.
Por exemplo, pedir que os alunos escrevam uma parlenda que conheçam de memória,
ou a cantiga de roda preferida. Vale
ressaltar que nessa situação, quando propomos a escrita de textos da memória
dos alunos é fundamental aceitar as suas hipóteses e não interferir diretamente
nas produções deles: não se deve corrigir, escrever embaixo ou coisa do tipo.
9. Escrita
coletiva - O professor escreve na lousa ou em cartaz o texto que os
alunos ditam para ele. Nesse caso, os alunos devem conhecer bem os textos que
ditam. É importante que o professor discuta com os alunos a forma de escrever
as palavras, isto favorece a aprendizagem de novos conhecimentos sobre a língua
escrita. Fazer comparações entre as palavras que começam ou terminam da mesma
forma (letras, sílabas ou parte das palavras).
O dicionário – um forte aliado da leitura.
O dicionário é um dos livros que
compõem nossas bibliotecas, e se destaca por ser livro de consulta e não livros
que costumamos ler do início ao fim. Assim como os dicionários, temos as
enciclopédias, os guias de viagens, as listas telefônicas, as páginas amarelas,
os livros de culinária, etc. são livros de consulta.
O
dicionário é um tipo de livro muito especial, porque nele está registrada uma
grande quantidade de palavras da língua, palavras que usamos e que já não
usamos mais, palavras que são usadas em algumas regiões do país e não em
outras, palavras muito usuais e palavras muito raras.
Cecília Meireles, escritora carioca,
adorava dicionários:
O Livro da Solidão
"Que livro escolheria para levar consigo, se tivesse de partir para uma
ilha deserta...?“
(...) se Deus me concedesse a mercê
de morar numa ilha deserta (deserta, mas com relativo conforto, está claro —
poltronas, chá, luz elétrica, ar condicionado) o que levava comigo era um
Dicionário. Dicionário de qualquer língua, até com algumas folhas soltas; mas
um Dicionário.(...).
Significado das
palavras
Em Mania de Explicação,
um livro de Adriana Falcão, uma menina explica (de maneira
bastante pessoal) o significado de várias palavras de uso cotidiano. Segundo
ela:
“Vergonha é um pano preto que você quer pra se
cobrir naquela hora”;
“raiva é quando o cachorro que mora em você
mostra os dentes”;
e “beijo é um carimbo que serve pra mostrar que
a gente gosta daquilo”
O uso do
dicionário NA ESCOLA - E na sala de
aula? Como podemos utilizar o dicionário? Como consultar o dicionário?
Assim como utilizamos o dicionário no
nosso dia-a-dia, é interessante que a criança aprenda, na escola, a usar o dicionário e o use sempre para: procurar o significado
de palavras que ela não conhece; se certificar de que o significado de certa
palavra é aquele que ela imaginava; verificar como se escreve uma palavra
conhecida; conhecer novas palavras; e até mesmo fazer algum jogo lúdico e
poético com as palavras.
A procura das palavras no dicionário
enriquece a leitura. Nem sempre lemos com o dicionário nas mãos, mesmo que não conheçamos
o significado de várias palavras. Isso porque, como falantes da língua, temos a
capacidade de inferir o significado de várias palavras a partir do contexto e
do conhecimento que temos do assunto do texto. Quanto mais conhecemos o
assunto, de que trata o texto, mais inferências poderemos fazer e, menos vezes
precisaremos recorrer ao dicionário.
Como consultar o
dicionário? - Além de
apresentar o significado das palavras e solucionar dúvidas quanto à escrita
delas, o dicionário fornece ainda outras informações importantes. Observe o
verbete a seguir:
dicionário
sm (lat dictione) Coleção de
vocábulos de uma língua,
de uma ciência ou arte, dispostos em ordem alfabética, com o
seu significado ou equivalente na mesma ou em outra língua. Sin:léxico,
vocabulário, glossário.D.vivo:indivíduo muito erudito ou de grande memória.
Consultar o dicionário exige o
conhecimento de certas convenções. A ordem alfabética; abreviaturas, símbolos e
códigos; os verbos são no infinitivo e os adjetivos e substantivos são
registrados na forma não flexionada. Nessas observações, há um grande número de
informações que ninguém procura memorizar. Tais noções costumam ser assimiladas
a partir do seu uso frequente.
Outras
atividades de leitura na sala de aula, com base no dicionário:
1.
Atividade de Análise -> Ordem alfabética e
definições - Trazer para a sala de aula mais de um exemplar de dicionários,
de preferência, um por grupo. Propor exercícios de observação, por meio dos
quais podemos constatar alguns princípios de sua organização: ordem alfabética,
verbos no infinitivo, adjetivos não flexionados. Algumas vezes, os dicionários
trazem informações sobre a origem da palavra (etimologia) que pode ser
explorada. Há também as abreviaturas, por exemplo, s.m. (singular, masculino),
Bras. (Brasil), gir.(gíria). É importante o professor mostrar aos seus alunos
que muitos dicionários trazem uma lista que explica as abreviações utilizadas.
Uma sugestão é que haja atividades variadas para esses exercícios de
observação, como destacar um determinado verbete e refletir sobre as diversas
informações presentes: etimologia, abreviaturas, dentre outras.
2.
Atividade de Produção de um dicionário da classe - Depois de observar a apresentação dos textos
nos dicionários, propor à turma a
criação de um dicionário da turma, com os nomes das crianças, relacionando-os
em ordem alfabética. Propor ainda à turma descrições de natureza física e
afetiva sobre os colegas para compor as definições, por exemplo, incorporando
etimologia, abreviações e outros conceitos.
3.
Atividade de Ordem Alfabética dos nomes -
Cada aluno escreve em um papel o nome de outro aluno da classe, aquele que vem
depois do seu na lista de chamada, sendo que o último da chamada escreverá o
nome do primeiro da lista. O professor embaralha todos os papéis com os nomes e
solicita que os alunos coloquem os nomes em ordem alfabética colando-os numa
cartolina para serem visualizados por todos. Pode trabalhar com nomes inteiros,
tanto quanto com o primeiro ou o último nome e assim, repetir o jogo algumas
vezes.
4.
Jogo de adivinhação - Cada grupo consulta o
dicionário e escolhe uma palavra de uso pouco frequente. Em seguida, registra
no caderno uma definição extraída do dicionário e uma outra inventada pelo
grupo. Então o grupo lê as duas definições para o outro grupo, que deve dizer
qual a definição real e qual a inventada. Os jogos podem tornar as aulas
alegres e descontraídas.
5.
Caça-Palavras -O professor distribui
diversos textos para os alunos em grupos e solicita que eles circulem todas as
palavras difíceis. Em seguida, cada grupo vai anotar os vários significados
propostos para cada uma das palavras circuladas. Depois os grupos voltam aos
textos para discutir qual o significado que se aproxima do contexto em que a
palavra foi utilizada.
6.
Stop modificado - O aluno divide uma folha
de papel em branco, em colunas verticais com os seguintes palavras no topo de
cada coluna: FLORES|CORES|FRUTAS|MENINAS|MENINOS|CIDADES|CARROS|, etc. Essa
atividade pode também ser feita coletivamente no quadro da sala, desde o início
ou no final para visualizar o resultado geral. O professor sorteia uma letra do
alfabeto e dá um tempo de cinco minutos para cada aluno pensar e escrever, por
exemplo, a letra A: Amor-perfeito (flor); Amarelo (cor); Abacate (fruta);Alice
(menina);Ari (menino); Alagoinhas (cidade) e Alfa-Romeu (carro). Quem não
conseguir encontrar algum nome, deixa em branco. No final da atividade cada um
soma a sua pontuação: zero (0) para o local em branco; cinco (5 pontos) para
nomes repetidos; e dez (10 pontos) para os nomes que não se repetiram. Depois
de tudo finalizado, os alunos podem juntar todas as folhas individuais e,
juntos organizarem todos os nomes em ordem alfabética num grande mural.
Conclusão:
Ao longo deste fascículo tratamos especialmente das seguintes questões: a
importância da biblioteca escolar ou sala de leitura bem organizada e com
acervo de qualidade para a formação do leitor; a leitura como uma prática
social e cultural a ser resgatada pela escola; a mediação do(a) professor(a) na
formação do leitor experiente e o dicionário como grande aliado para as
atividades de leitura na sala de aula e na vida em sociedade. Esperamos ter sido claras em nossas explicações e que
tenham compreendido o que queríamos passar para vocês.
REFERÊNCIAS
BRASIL.
Pró-Letramento : Programa de Formação Continuada de Professores dos Anos/Séries
Iniciais do Ensino Fundamental : alfabetização e linguagem . – ed. rev. e ampl.
incluindo SAEB/Prova Brasil matriz de referência/ Secretaria de Educação Básica
– Brasília : Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2008. 364
p.
Organização e uso da biblioteca escolar e
das salas de leitura.
FALCÃO, Adriana.
Mania de Explicação. [ilustrações: Mariana Massarani] São Paulo: Salamandra,
2001.
LISPECTOR, Clarice. “Felicidade Clandestina” in O
primeiro beijo e outros contos. Antologia. 9ª ed. São Paulo: Ática, 1994.
p.54-55
MEIRELES, Cecília. Obra em
Prosa. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1998.
MICHAELIS.Moderno
dicionário de língua portuguesa.São Paulo.Melhoramentos,1998.
RIBEIRO, João
Ubaldo. Um brasileiro em Berlim. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1995.
p. 137.
SOUZA,Cássia
Garcia de. E CAVÉQUIA,Márcia Paganini.Linguagem:criação e
integração.7ªsérie.Ed.Saraiva.São Paulo,1999, 208p.